Atualmente, o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para celebrar as conquistas das mulheres em todas as áreas, além de destacar a necessidade de continuar lutando pela igualdade de gênero e pelo fim da violência e discriminação contra mulheres em todo o mundo.
As mulheres têm ganhado espaço na engenharia. Apesar de ainda ser muito pouco, comparado à quantidade de homens, este já é um crescimento muito positivo. Segundo dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho em 2021, a porcentagem de participação das mulheres na área de construção civil é de cerca de 11% no Brasil.
Destacamos este espaço para mostrar três mulheres que fizeram história na construção civil e pavimentaram espaço para que houvesse maior crescimento da participação feminina na área, com crescimento de 3,3% desde 2006.
Emily Roebling
Emily Roebling foi uma das responsáveis pela construção da famosa Ponte do Brooklyn, ponte que liga os distritos de Manhattan e Brooklyn, em Nova York. Para ajudar o seu marido, que assumiu a construção após a morte do pai, ela estudou muitos tópicos de engenharia, incluindo matemática, resistência dos materiais e construção de cabos. Assim, quando o marido ficou doente em 1872, Emily assumiu a supervisão diária da obra que, sem ela, estaria inacabada. Emily foi também a primeira pessoa a cruzar a ponte, ainda inacabada, uma semana antes de sua abertura, montada a cavalo. A placa dedicatória da ponte tem seu nome incluso, reconhecendo seu papel na obra que é considerada uma das maiores realizações de engenharia da época.
Lina Bo Bardi
Lina Bo Bardi foi uma arquiteta modernista ítalo-brasileira, onde muitos dos marcos da cidade de São Paulo tiveram sua participação, como por exemplo o MASP, cartão postal da cidade, e da Casa de Vidro, local onde morou e que hoje abriga o Instituto Lina Bo Bardi. Lina abriu caminho para a participação intelectual, política e oportunidades de trabalho para as mulheres, sendo ela uma arquiteta, em uma época em que essa profissão era quase exclusiva dos homens.
Márcia Cristina Santos da Silva
Márcia Cristina Santos da Silva trabalha há mais de 10 anos na área e foi a primeira mestre de obras mulher do Brasil. Apaixonada pelo que faz, ela é outro exemplo de que as mulheres são capazes de pisar com profissionalismo em uma obra. “Sempre fui vidrada em obras e serviços pesados. Meu pai trabalhava na área e, muitas vezes, levava o almoço para ele e acabava ficando pra ajudar com pequenas coisas. Peguei amor”, lembra ela. Ainda que tenha trabalhado em outras áreas, sua paixão sempre foi a construção civil, onde já atuou como ajudante de obra, auxiliar técnica e encarregada, além de ter encarado seu maior desafio: ser mestre de obra de uma grande construtora.
Márcia diz que sofreu preconceito dentro de casa, com o marido que não aceitava a esposa trabalhando em obras. “Optei pela minha carreira e deixei o casamento de lado. No trabalho, felizmente, o preconceito reduziu bastante. No meu caso, sempre fui muito desafiada, não por parte dos gestores, mas por parte dos subordinados. Percebe-se que há admiração, mas também o preconceito”, diz ela, deixando um recado para as mulheres: “Pode ser difícil querer arregaçar as mangas, por conta do preconceito, mas lute pelo que você quer, imponha respeito, com respeito, e se qualifique para galgar na carreira”.
Gostou de conhecer um pouco mais da história das mulheres que representam na construção? Então, continue nos acompanhando.
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